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Mercado de imóveis de luxo é menos vulnerável às oscilações econômicas

15/07/18 Mercado de imóveis de luxo é menos vulnerável às oscilações econômicas Por Estela Benettti - Diário Catarinense A orla de Balneário Camboriú se tornou uma selva de edifícios luxuosos e no litoral de Itajaí começa a acontecer o mesmo. Entre os pioneiros na sofisticação da região está o casal Nivaldo e Miriam Pinheiro, sócios da incorporadora Procave. A companhia está comemorando 40 anos com histórico de 28 projetos, mais de 550 mil metros construídos e investimento de R$ 170 milhões nos últimos dois anos, incluindo um shopping center, um colégio e um hotel. Nesta entrevista, Nivaldo, que preside a companhia, e Miriam, diretora de design, falam sobre essa trajetória. O que levou a empreender no setor imobiliário? Nivaldo – Por volta de 1975, em visita a um loteamento na Praia de Armação/Penha (SC) com um amigo que estava com a intenção de comprar um lote, fui convencido pelo corretor a adquirir um também. As condições comerciais eram muito boas: uma entrada e mais 100 parcelas fixas. Eu trabalhava na tesouraria da Prefeitura de Blumenau e tinha contato com os corretores locais. O interesse de trabalhar como corretor de imóveis despertou aí. Em 1976, com 18 anos, tomei uma decisão importante: pedi demissão e iniciei os trabalhos de corretagem. Por dois anos trabalhei em duas imobiliárias e surgiu a oportunidade de comprar uma sala que sediava uma imobiliária. Assim abri meu próprio negócio, a Procave, abreviação de Promotora de Construções e Vendas. Como a empresa chega aos 40 anos? Nivaldo – Quando faço um balanço desse período tão longo, repleto de desafios e conquistas, sejam elas a nível empresarial, pessoal, áreas públicas e demais ambientes de negócios, confesso que me questiono se chegamos até aqui por competência ou sorte. Prefiro acreditar que foi a combinação de ambos, mas com a certeza de que mais do que qualquer coisa é o resultado de muito, muito trabalho. Lembro que no começo da carreira empresarial, a dedicação era de segunda a segunda. Mas me orgulho de chegarmos muito bem aos 40 anos da Procave. Construímos uma empresa sólida e uma marca forte, com reconhecido respeito no mercado. Somos responsáveis por executar obras importantes, marcantes e até pioneiras nas regiões onde atuamos Por que ingressaram no segmento de imóveis de luxo? Nivaldo – No início atuamos nos mais diversos segmentos de construção e em todos tivemos relativo sucesso. Mas nos identificamos mais com o segmento de luxo, onde a essência criativa e de inovação traduzia nossa visão. O mercado de luxo nesse ramo exige terrenos bem localizados, projetos exclusivos, áreas comuns refinadas e surpreendentes e acabamentos de alto nível. Além do que, na nossa avaliação, o mercado de luxo é menos vulnerável às oscilações econômicas. Qual é o perfil dos clientes e quanto custam os imóveis? Miriam – Cerca de 80% dos nossos clientes são empresários de SC, do Brasil e alguns do exterior. Todos nossos clientes são famosos, mas mantemos discrição. Entre eles está o ex-jogador Emerson, que foi capitão da Seleção Brasileira. O preço inicial dos nossos imóveis é R$ 3,5 milhões, mas já vendemos cobertura por R$ 13 milhões. Fomos pioneiros na oferta de apartamentos decorados, cujo preço aumenta cerca de 20%. Mais de 50% dos nossos imóveis são vendidos já decorados, o que é mais prático para quem não é daqui. Outras empresas passaram a fazer o mesmo. Quanto vocês estão investindo? Nivaldo – Nossos projetos dos últimos dois anos somam R$ 170 milhões de investimentos. Os destaques são o shopping Brava Mall e o Colégio Bom Jesus (já em operação) junto ao Brava Home, mais um hotel e um centro empresarial em Itajaí. A bandeira do hotel será a Mercure. Quais são as principais razões do êxito da Procave? Nivaldo – O comprometimento de todos os nossos funcionários, contratados e terceirizados, com nossos clientes. Aqui todos sabem, que quem paga nossas contas são nossos clientes e é a eles que devemos respeito e consideração. Vocês já planejam a sucessão? Miriam – Estamos preparando, embora o Nivaldo siga fortalecido na presidência. Nossas três filhas, Thaysa, Rafaela e Gabriela, cursaram administração de empresas, estudaram no exterior e trabalham na Procave. A recessão afetou a empresa? Nivaldo – A recessão tem afetado nosso setor, desde 2014. A disponibilidade para se investir está mais limitada e o dinheiro mais escasso. Quais são os maiores entraves à construção? Nivaldo – Sem dúvida, a burocracia e leis frágeis que não oferecem garantias a quem se propõe a comprar um terreno para empreender. Aí começa o drama das licenças que são muitas e não saem ou demoram uma eternidade. É claro que, neste momento, as condições econômicas contribuem e muito para esses entraves. Como vê o cenário econômico brasileiro? Nivaldo – Temos pela frente uma das eleições mais importante para nosso país. Se tiver a competência e sorte de eleger bons governantes, que tenham coragem para fazer as reformas necessárias, cortando privilégios de diversas categorias públicas, poderemos, com certeza, vislumbrar um país muito melhor. Vivemos em um país privilegiado, com muitas oportunidades de se crescer e se desenvolver em muitas áreas, em especial, nas de infraestrutura, e isso, quando conduzido da forma correta, com garantias jurídicas para aqueles que se propuserem investir, teremos um verdadeiro celeiro de oportunidades para todos.

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